11 de jul. de 2009

Agenda

Voces estão esperando o quê?
O amor bate à porta de Tropo lá em Paraibuna...
No III – MEIA-PARIS
Será as 18hs na Fundação Cultural de Paraibuna
Venham...
Serão todos bem-vindos!

Cia Teatral Cubo Magico!

7 de jul. de 2009

“O AMOR BATE À PORTA DE TROPO” EM IGARATÁ

31 de maio de 2009


Após negociação com a prefeitura da cidade de Igaratá, a Cia. embarcou com malas e cenário para lá no dia 30 de maio para divulgação e apresentação no dia posterior. O espaço foi o Clube Social. Um espaço razoavelmente grande, com iluminação para festas e bailes. Mas nos adaptamos ao local. A apresentação teve, como público, umas 50 pessoas. E fomos muito bem recebidos pelos habitantes desta cidade. Muito obrigada Igaratá, até a próxima!

CICLO DE ESTUDOS PARA A MONTAGEM DE “A DISTÂNCIA ENTRE 2 CAMINHOS”


julho
03 - RICARDO III - filme e debate casa do Diego após as 22h;04 - FRIDA - filme e debate na casa da Lisandra, às 16hs;
04 – MILAGRE, MILAGRIM, MILAGRIZINHOZINHOZINHO, às 19hs em SFXavier (Circo São Xixo);
05 - Ensaio e preparação de cenas, às 18h30 na ASSAOC;
06 - POLLOCK - filme e debate na casa da Thais, às 20h;
07 - SOB O CÉU DO LÍBANO - filme e debate na casa da Thais, às 20h;
10 – PARADISE NOW - filme casa do Diego após as 20h
12 - Seminários sobre o texto “O Narrador”, “ Brecht e Teatro Épico” e “A Arte do Ator”, às 18h30 na ASSAOC;
16 – ARTAUD – O TEATRO E SEU DUPLO debate sobre o livro às 22h;
17 - CODIGO DESCONHECIDO – filme e debate na casa Diego apos as 22h30;
18 - CHAPLIN – filme e debate na casa do William às 16h;
19 – “A PREPARAÇÃO DO ATOR”, de C. Stanislavski - seminário sobre o livro às 18h30 na ASSAOC;

agosto
02 - “A Performance como Linguagem”, de Renato Cohen - seminário sobre o livro às 18h30 na ASSAOC;



BIBLIOGRAFIA E FILMES UTILIZADOS
A PREPARAÇÃO DO ATOR
Autor: Constantin S. Stanislavski
Editora: Civilização Brasileira15ª ed. – 1999


BENJAMIN, Walter. O NARRADOR : CONSIDERAÇÕES SOBRE A OBRA DE NIKOLAI LESKOV. Trad. de S. P. Rouanet. São Paulo : Brasiliense, 1994.

COHEN, Renato. A PERFORMANCE COMO LINGUAGEM : CRIAÇÃO DE UM TEMPO-ESPAÇO DE EXPERIMENTAÇÃO.
São Paulo : Perspectiva, 2002.


O TEATRO E SEU DUPLO
Autor: Antonin Artaud
Editora: Martins Fontes
3ª ed. – 2006


A ARTE DO ATOR – SEIS LIÇÕES DE UM MESTRE”, de Richard Boleslavsk


DOGVILLE – Lars Von Trier
Ficha Técnica
Título Original: Dogville
Gênero: Drama
Tempo: 177 minutos
Ano: 2003
País de Origem: França
Site Oficial:
www.dogville.dk

SOB O CÉU DO LÍBANO - Randa Chahal Sabbag
Ficha Técnica
Título Original: Le Cerf-volant
Gênero: Drama
Duração: 80 minutos
Ano: 2003
País de Origem: Líbano / França
Site Oficial:
http://pyramidefilms.fr/cerf-volant

PARADISE NOW – Hany Abu-Assad
Ficha Técnica
Título Original: Paradise Now
Gênero: Drama
Duração: 90 minutos
Ano: 2005
País de Origem: França / Alemanha / Israel / Holanda


RICARDO III – UM ENSAIO – Al Pacino
Ficha Técnica
Título Original: Looking for Richard
Gênero: Drama
Duração: 113 minutos
Ano: 1996
País de Origem: EUA


CÓDIGO DESCONHECIDO - Michael Haneke
Ficha Técnica
Título Original: Code Inconnu
Gênero: Drama
Tempo: 118 minutos
Ano: 2000
País de Origem: França / Alemanha / Romênia


FRIDA (2002)
Título Original: Frida
Gênero: Drama
Direção: Julie Taymor


POLLOCK (2000)
Título Original:
Pollock
Gênero: Drama
Direção: Ed Harris


CHAPLIN (1992)
Título Original:
Chaplin
Gênero: Drama
Direção: Richard Attenborough

SEXTO ENCONTRO

24 maio

Todos reunidos na ASSAOC – diretor e elenco. Foi o dia para mostrar e ver todas as cenas na medida do possível e do horário. No início, um aquecimento corporal. Logo após Wallace orientou todos para treinarem os movimentos relativos a cada cena, repetidamente, até este se tornar orgânico. Depois com um ritmo lento até o mais acelerado. O Wallace fez uma lista em ordem alfabética das cenas para serem apresentadas neste dia.

Antonio: participação de Thais, Diego e William. Cena que ele chamou de “liberdade radical”. Um homem no peitoral de um prédio, prestes a pular. Pessoas observando com desespero e em alerta. Ele decide pular. Mas quando pula está com um para quedas (ou seriam asas?). Sai voando e gritando, feliz.
Apontamentos: é necessário retrabalhar o texto e o conceito da cena. Está numa chave naturalista e para a proposta da cena, não cabe ser desta forma. Tanto Antonio, quanto os outros atores que interagem com ele, podem trocar as palavras por uma partitura corporal mais significativa. Por ex. o bombeiro, o policial, a dona de casa, etc.


Lucas: participação de Thais e Mateus, tocando violão. Um ‘ser’ masculino em trajes femininos vem com algo que lembra um véu de noiva e o restante do corpo nu. Essa figura é “desencantada” (é essa palavra mesmo?) por outro ‘ser’ feminino vestido de trajes masculinos; então se arruma, se veste com roupas que estão pelo chão. Ambos dançam e um “mata” o outro e se arrepende. (segundo visão da Thais).
Apontamentos: A música não condiz com a cena. Talvez isso seja objeto de pesquisa num terreiro de candomblé, uma vez que a figura idealizada por Lukas, também lembra um Orixá. Trabalhar os significados do início da cena, quando se dá a “entrada” dessa figura. O que significam a vela, o ramalhete e o véu de noiva. É necessário conceituar.
Trabalhar melhor os opostos: Thaís / masculino e Lukas / feminino. Tirar a cadeira, não é necessário. Treinar passos de tango para que a dança fique mais “cênica”. Há muito drama por parte do ator na cena em que está no chão apagando as velas. A vela – por si só – já carrega o signo de algo dramático. Não é necessário acentuar isso. Pelo contrário.


Mateus e Lee: Um drama cômico de encontros e desencontros entre duas pessoas que ‘aparentemente’ moram juntas, mas que não conseguem se entender.
Apontamentos: Não sei bem por que, mas a cena proposta me lembrou o filme “Jules e Jim”, de François Truffaut, (nouvelle vague). O que será que isso quer dizer? Uma sugestão para a execução da trilha (continua sendo Edith Piaf, ótima música por sinal) é tocá-la simultaneamente em vários celulares durante a cena. Como fazer isso? Aí é outra questão.


Diego: Participação de Antonio ao conduzi-lo até a cena. Vendado e amarrado fala sobre coisas do cotidiano. Foi utilizada a faixa 3 do primeiro disco da trilha de “Babel”
Apontamentos: Ficou um pouco melhor do que o apresentado na semana anterior. Ele pronunciou melhor as palavras, não se desamarrou nem tirou a venda, porém mostrou o desespero de estar naquela situação. Muito ainda precisa ser melhorado. Mateus sugeriu trabalhar técnicas de bufão para esta cena. O caminho é por aí.
Sugestão de Texto:
"Esses rostos, que gritam sem mover a boca,
já não são rostos de outros.
Esses rostos deixaram de ser convenientemente
distantes e etéreos, pretextos ingênuos
para a caridade de consciências pesadas."
Eduardo Galeano


Antonio e William: Mais uma vez a luta, os opostos. Detalhes foram mostrados. De maneira poética e simples.
Apontamentos: O desenho da luta melhorou, mas a partitura física ainda está confusa. Foi utilizada a mesma música da cena inicial da primeira montagem de “A Distância...” O que deixou a proposta da cena bem parecida com aquela de 2007 em que o Peterson fazia com o Mateus.


William e Diego: com participação do Mateus. Há uma costura de jornal e um morto ao chão. Will vai “costurando” esssa roupa de jornal enquanto cantarola uma musica cristã usada em velórios.
Apontamentos: A cena está poética. Mas deve-se encontrar a música certa e que - de preferência - não leve a cena “para baixo”. O ideal é que o elenco inteiro cante junto...


Thais: com participação de Mateus. Simbologia clara: de um lado a opressão social para ter uma vida conjugal; de outro a opressão por ser uma mulher do séc XXI, independente e que não faça 'amor' e sim sexo pelo simples prazer. A mulher que trabalha, vive sozinha e pensa só em ser feliz.... Mas no seu íntimo, quer mesmo é ser mãe. Porém, a idade chega... E seu útero seca pouco a pouco. Seu sorriso não é mais jovial. Seu corpo retrata o peso do tempo. Uma dor muito grande de perda. Fala sobre sua mãe e a idéia de não se apaixonar, mostra um filho que não existe. Dança uma valsa com um estranho. Sem figurino nem adereços.
Apontamentos: A música não condiz com a cena. É preciso encontrar a musicalidade certa que a poética da cena propõe. Inserir (novamente) a caixa de música que dá o aspecto lúdico ao trabalho. O estranho com quem ela dança deve deixar – ao final – só um tecido (símbolo/signo da lembrança) e esse tecido vira um bebê de colo. Simples.
Sugestão estética: Surrealista. Quadros sem rosto (aos moldes das obras surrealistas de René Magritte).


William: a cena foi proposta desta vez próxima ao banheiro, diminuindo a área cênica. Fez. Desta vez foram utilizadas duas latas com álcool para efeito. Distribuiu aos espectadores alimentos síntese do conceito que a cena defende.
Apontamentos: A cena está forte, consistente. Ainda é preciso melhorar a maneira de dizer o texto. Ou encontrar outro. Foi sugerida uma adaptação do texto EZTETYKA DA FOME 65, de Glauber Rocha.


Thais: como experiência de última hora proposta pela atriz, todos foram enfileirados com rosto neutro ao fundo da sala. Atrás de uma cadeira. Ela interage com cada um deles, buscando carinho, atenção, mas não encontra em ninguém. Até que ela se rende à frieza das relações cotidianas. Foi usada a faixa 4 do primeiro disco da trilha de “Babel.
Apontamentos: A cena é a síntese do que estamos propondo pelo espetáculo. Entrou aos 45 do segundo tempo e definiu com clareza o que esperamos do nosso trabalho, o que o elenco defende, enquanto trabalho teatral e pesquisa de grupo. Sugestões foram apresentadas, entre as quais, todos com cabelos coloridos, todos com máscara neutra e a Thaís deve construir uma partitura corporal para cada um dos seis indivíduos que se sentam à cadeira e com os quais ela interage.
Sugestão de texto: Segundo uma antiga enciclopédia chinesa, os animais se dividem em: “a) pertencentes ao imperador; b) embalsamados; c) amestrados; d) leitões; e) sereias; f) fabulosos; g) cachorros soltos; h) incluídos nesta classificação; i) que se agitam como loucos; j) inumeráveis; k) desenhados com pincel finíssimo de pelo de camelo; l) etcétera; m) que acabam de quebrar o jarro; n) que de longe parecem moscas” – Jorge Luís borges.



Ficaram algumas cenas ainda sendo elaboradas sem apresentação. No final foram comentadas as cenas apresentadas, sobre as melhorias e mudanças em algumas. Qual espaço usar e outros detalhes.

Ao final, como um “entendimento” das cenas que foram apresentadas, Wallace fez a pergunta ao grupo: “Sobre o que exatamente estamos falando?”

Entre as respostas: Individualidade / Incapacidade de sonhar / busca pela liberdade / busca por algo que ninguém sabe bem o que é / busca do outro / busca pela pessoa perfeita / solidão.

A reflexão que fica, por parte da direção, é a seguinte: depois do impacto inicial das cenas apresentadas hoje, quais cenas da primeira montagem (2007) ainda cabem nessa nova proposta? Isso o elenco terá de responder também.


Provavelmente, a partir de agora, teremos de ler esses livros:
- Work in progress na cena contemporanea
- Performance como Linguagem de Renato Cohen
- A arte da Performance

QUINTO ENCONTRO

10 maio

Neste dia, ausência do Lucas. Os outros apresentaram suas cenas. Os que ficaram sem apresentar no encontro anterior. Antes, um aquecimento. Thaís, Mateus e William fizeram o princípio de aquecimento passado pela Silvia Lebron. Depois o Wallace continuou a dar instruções para aquecimento e concentração.

Antonio e William: fizeram uma espécie de luta. Os dois andando em círculos com os tambores a guiá-los. Até se pegarem. Terminou com um abraço.
Apontamentos: trabalhar a partitura corporal da luta, para que fique mais cênica, mais poética. Definir melhor o desfecho da cena.


Diego: amarrado e vendado dissertava sobre a internet e as pessoas que não exercitam mais o contato pessoal.
Apontamentos: o texto utilizado foi reduzido. Mais impacto para determinadas palavras, frases e expressões. Também é preciso deixar claro o “sentido” das palavras.
Sugestão de estética: utilizar a intensidade dos quadros de Caravaggio (luz / sombra) e usando a música de Joan Manel Serrat - Mediterraneogg.


Mateus e a Lee: Um drama cômico. Se é que podemos usar essa terminologia. Utilizaram uma música de Edith Piaf. Essa cena foi inspirada numa intervenção vista na Virada Cultural em São Paulo.
Apontamentos: os dois tiveram apenas um dia para ensaiar essa proposta de cena. É preciso melhorar a sincronia, o jogo cênico e a partitura física.

QUARTO ENCONTRO

26 abril

Após alguns dias de feriados sem poder utilizar o espaço, finalmente nos reunimos. E por mais incrível que pareça, todos estavam lá.

Chegamos. Aquecemos-nos. Wallace trouxe vários presentes da Bolívia. Inclusive instrumentos musicais. Após o reconhecimento dos objetos, apresentação das cenas.

Thaís: A mesma proposta do encontro anterior, agora com uma caixinha de musica. No inicio, Thaís se perdeu. Voltou e reiniciou.

Sugestão de música: Beatriz, de Chico Buarque ao violão, tocado por Mateus, é claro.



William: A mesma proposta do encontro anterior, agora com novos adereços. A cena está cada vez mais interessante. Ainda é necessário se trabalhar o texto e a forma de dizê-lo em cena.
Sensações: fome / doação / despudor / contraponto.

Sugestão de leituras complementares: foi sugerido a leitura das seguintes obras: “Geografia da Fome”, de Josué de Castro (1946), “Fome”, de Knut Hamsum (1890) e “Morte e Vida Severina”, de João Cabral de Melo Neto (1956), Um artista da fome - Franz Kafka, além de leitura da obra de Gilberto Freyre.


Sentamos em roda. E discutimos as cenas. Faltou trabalhar os objetivos de cada uma de maneira mais clara, pois a “escritura cênica” ainda não condiz com o que cada ator defende. Esse assunto ficou para reflexão.


Sugestão de estética para todos:
DIANE ARBUS E A ESTÉTICA DAS PESSOAS COMUNS
http://diane-arbus-photography.com/index.html

TERCEIRO ENCONTRO

05 abril

Contado como a continuação do segundo por falta de quorum.

Presentes, Thais, Mateus e Lucas. Wallace chegou mais tarde. Mateus e Lucas fizeram a dinâmica do jogo de tênis e passaram a tocar violão compondo uma cena cômica em dupla. Com a chegada do Wallace, Thaís e Lukas apresentaram suas cenas, como evolução dos exercícios do encontro anterior.

Thaís: com um vestido preto, meias ¾, um sapato calçado outro não, um guarda-chuva, despenteada e com batom borrado, entrou buscando uma outra dentro de si. Tirou a roupa que não lhe servia mais. Deixou-a numa cadeira e saiu de cena.
Sensações: mulher contemporânea / perda / solidão / renascimento / ser outra.



O Wallace pediu para que a cena fosse refeita e deu algumas dicas, espalhou velas pelo ambiente enquanto Mateus tocava a gaita.

Lucas: Mateus, em cena, tocando violão, velas e balões espalhados ao redor de uma cadeira, ele embaixo de jornais. Mateus inicia a música e ele se livrava dos jornais e colocava a roupa que estava jogada próxima. Um vestido preto e meias ¾. A cada peça vestida, um balão era estourado com uma vela acesa. Ao final, o ultimo balão e a ultima vela. Passa batom nos lábios, desenha um rosto no ultimo balão e o estoura.


Wallace fez comentários e sugestões para ajustes e apresentação no próximo encontro.

SEGUNDO ENCONTRO

29 março

Foi feito aquecimento e alongamento. Wallace iniciou o encontro com a apresentação das idéias em relação aos questionamentos anteriores. Em seguida, cada um apresentou sua proposta de cena a partir desses questionamentos. A Lee não foi nesse dia.

Thais: colocou uma música. Utilizou uma partitura corporal. Para onde o homem evoluirá?
Sensações: evolução / saudade / amizade / olhar terno / carinho / encontros e desencontros / a distância entre as pessoas / esquecimento / memória.


Mateus: usou a música Passeando, Marcelo Camelo; deitou-se e cobriu-se com um jornal. Estático.
Sensações: um corpo estendido no chão / adeus / abandono / finito / solidão.


Diego: interpretou uma poesia (O Legado da Inanidade) que escreveu sobre seus questionamentos; o amor e a ausência. Usou a música Mea Culpa by After Forever.
Sensações: solidão / frio / julgamento / omissão / silêncio / libertação.


William: interpretou um texto que escreveu sobre a fome enquanto realizava ações com alguns ingredientes culinários e uma bacia. Ao final, “se serviu” como alimento. Simbólico.
Sensações: fome / corpo debilitado / corpo anestesiado / estômago atrofiado / sonhos abortados / migalhas de pão / cola de sapateiro tira a fome / banho e molho / comida e corpo.


Lucas: questões e dúvidas sentado num vaso sanitário. Emblemático.
Sensações: solidão / filosofia de banheiro / o olhar diz tudo? / egoísmo.

Paramos para conversar, refletir sobre as cenas, pontos frágeis e fortes de cada uma. O que deveria ser mantido, o que deveria ser descartado para novas idéias sobre o mesmo conceito defendido por cada um.


Wallace escreveu no flip chart, algumas questões resultantes das cenas apresentadas:
1 – Quem disse que é errado, quem disse que é certo?
2 – Evoluímos pra onde?
3 – Cadê Deus?
4 – Quem são os Severinos?
5 – Você tem fome de quê?
6 – Todos dizem “eu te amo”.



Em seguida foi solicitado a todos que pensassem sobre as questões levantadas, cada um escolhesse a que mais se identificava e em alguns minutos, uma proposta de cena. Abaixo, as sensações a partir de cada exercício proposto:

Mateus: ações físicas /andando em quadrado / movimento e ritmo / evolução.
Lukas: evolução / comida / morte / fé.
Diego: finito / fé / morte.
William: equilíbrio / impulso / queda.
Thaís: silêncio / comida.



Rota de grupo: Qual é o “ponto B” da questão? Até onde queremos chegar?

PRIMEIRO ENCONTRO

22 março

Nesse primeiro momento, optamos por discutir o objetivo da próxima encenação do grupo. Muito foi discutido em relação à “Distancia...” e resolvemos pensar em questões que nos afligem nesses tempos de relações virtuais (questões levantadas a partir do nosso dia-a-dia), e apresentar a proposta de uma cena no próximo encontro.

Wallace propôs uma reflexão em grupo sobre o tema de “A distancia entre dois caminhos”.


Algumas questões:
- Encontro de dois pontos em um só.
- Individualismo x individualidade.
- Para se entender o coletivo, é necessário partir do individual.
- Busca entre dois caminhos distintos: idéias / pessoas / sentimentos / ideais
- Para o conhecimento mais profundo da algo, é necessário conhecer seu oposto, de forma dialética. Ex.: amor – ódio, liberdade – opressão, prazer – dor, etc.
- Caminho, trajetória entre o ponto “A” e o ponto “B”. O ponto “B” pode ser um lugar ideal, utópico, indefinido ou não.
- Entender o porquê “ir”. A ida é sempre conseqüência, resultado de um impulso anterior.
- Qual é o ideal de cada um e que acaba por formar o “ideal” do grupo,
- Mito da Caverna (Platão) – O processo (a caminhada) faz com que a realidade seja enxergada e compreendida como realmente é.
- Encontrar a pergunta (reação) em relação à resposta, numa inversão dialética.

PRÓLOGO

É preciso entender como algumas idéias surgem. Quando se trata de pesquisa de grupo, o “estalo”, o fio condutor que desvela todo o novelo da criação, às vezes, se dá por vias intuitivas. Vamos tateando no escuro até que a primeira chama seja acesa. E outra e mais outra e assim continuamente.

No caso de nossa pesquisa atual, o estalo tem se repetido com regularidade. Trata-se do nosso primeiro trabalho, o espetáculo “A Distância entre 2 Caminhos” (2007), que está sempre presente em nossa busca enquanto grupo. Questões como o término repentino do trabalho, as pessoas que se foram e as que ficaram, pensamentos defendidos por uns, idéias confusas que acabaram não tomando forma. Em nossas conversas informais vira e mexe voltamos às mesmas questões.

Verdades incômodas (ou a distância é um outro caminho a ser percorrido)



Hoje à noite corremos pela cidade espalhando as boas novas:

a distância...
à distância...
você sabe qual a distância entre dois caminhos?

Pelos becos, vielas, ruas e botecos emergem outras vozes que não dizem nada
porque os olhos já não sentem nada
e o coração mal serve pra bombear o sangue
pelo corpo cansado de guerra

à distância
observamos o mundo com nossos ritos e mitos
preparando uma invasão mais silenciosa que um furacão
num dia terno de primavera

Vamos colher flores e bombardear os tiranos com afagos e carinhos
é disso que o mundo precisa
o mundo que existe dentro de cada um
vamos diminuir as distâncias, encurtar passos e opções

Como bem disse Ziemermman, as respostas foram levadas pelo vento
e nós, poetas de ações e dramas e atos cômicos
construímos barcos, içamos velas e encurtamos distâncias

O que nos separa entre um ponto e outro
é o que também nos une.


Wallace Puosso, maio de 2009